6 de jun. de 2008

Sobre limas, limões, abraços e empurrões...



O trabalho de re-significação da cultura de Salvador, a inclusão dos movimentos sociais, é a herança deixada pela Fundação Gregório de Mattos. Duas conferências municipais de cultura, com vertentes diferentes mas sempre com a perspectiva da inclusão. A cidade reagiu à inércia da administração anterior, tornou público o que era público, lutou e ocupou seus espaços.

O programa de Mestres Populares da Cultura assim como o modelo de Conselho Municipal de Cultura deram à cidade novo brilho, suave, que só os mestres sabem dar.

Entendo que a gestão do Professor Paulo Costa Lima conseguiu abrir espaço para as vozes existentes, para as manifestações e possibilitou que elas se re-colocassem dentro dessa nova cidade. Transformou idéias em projetos, caminhou com os indicativos dados e, soube escutar.

Mas a gestão municipal não compreendeu. Comercializou um projeto de participação popular, de construção coletiva. Cultura se transformou em mercadoria amesquinhada. Último empurrão para o abismo que já vinha sendo construído.

As conquistas do movimento popular de cultura permanecerão; quanto à gestão municipal, cai na vala comum.

Aos guerreiros, mestres e vencedores: as limas.

Fátima Fróes
Coordenadora do Setorial Estadual de Cultura do PT Bahia

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